Embrulhos de amêndoa e pêra com vinho do Porto

No Natal mudamos-nos literalmente para a casa do campo e as minhas viagens à cidade resumem-se a entrar e sair do hospital onde trabalho. Longe das confusões e engarrafamentos dos centros comerciais, das pessoas rudes e com falta de maneiras [que só sabem andar aos encontrões] e principalmente da falta de civismo que há neste altura. 

Este ano fica para lembrar a tarde de 24 de Dezembro, com alguns sustos que quase me fizeram saltar o coração [árvores a cair e chuva a entrar pela caixilharia das janelas a norte], juntamente com a luz, que teimava em não estabilizar e que me fez mudar os planos da doçaria para a Consoada. Sabem no que deu? Numa invenção de uns docinhos, a que demos o nome de Miguelinhos, com fios e doces de ovos caramelizados por cima. Maravilhosos!

Hoje, trago uma sugestão para a última noite de 2013. Simples, como é habitual neste blogue, e também como sinal de agradecimento pelo cabaz de produtos Deluxe que o Lidl teve a simpatia de me oferecer. Se eu já era fã desta cadeia de supermercados, acrescentei mais uns motivos para continuar a ser. O cabaz que me chegou, vinha cuidadosamente embalado pela Ajuda de Mãe, e trazia vinho, patés, arroz, pudim, bolachas e este Doce de Pêra e Vinho do Porto, que usei nesta receita e nos Folhadinhos de morcela e doce de pêra. Esta gama de produtos é excecional! Fiquei absolutamente fã desta compota!

Não sou supersticiosa mas uma simpatia nunca fez mal a ninguém! A Romã é um simbolo de prosperidade e dizem que nesta noite se devem comer alguns bagos e guardar as sementes na carteira, já secas, para que não haja falta de dinheiro. Bem, se é verdade ou não, não sei, mas que gosto imenso de romã e que ela estará na nossa mesa, isso é!

Ingredientes:

4 folhas de massa filo

Doce de Pêra e Vinho do Porto

amêndoa picada grosseiramente

manteiga (para pincelar a massa filo)

açúcar em pó

bagos de romã

Preparação:

Torre ligeiramente a amêndoa no forno ou numa frigideira anti-aderente. Reserve.

Estenda uma folha de massa filo, pincele com manteiga, coloque outra por cima e repita a operação com as restantes folhas. 

Com a ajuda de uma faca ou cortador de pizzas, corte a massa em quadrados iguais.

No meio de cada quadrado, coloque uma colher de sobremesa de Doce de Pêra e por cima uma colher de chá de amêndoa torrada. Com as pontas dos dedos, puxe os cantos de cada quadrado, apertando-as no centro, de forma a fazer um embrulhinho.

Coloque cada embrulho num tabuleiro forrado com papel vegetal e leve ao forno, pré-aquecido a 210ºC, durante 10 minutos.

Retire do forno, polvilhe com açúcar em pó e enfeite com sementes de romã.

Desejos de Feliz Natal! [e uns Folhadinhos de morcela e doce de pêra]

A noite foi curta porque a excitação dos Legos que ficaram por montar não o deve ter deixado sonhar com outra coisa. Este ano, o Pai Natal já não veio entregar-lhe os presentes, isso é para os mais pequeninos. O Pai Natal, este ano, pediu aos papás para comprar os presentes, colocar debaixo da Àrvore e abrir só quando se ouvisse a sineta do trenó, a passar lá por cima dos telhados da aldeia. Foi difícil para ele resistir à curiosidade, de ver os embrulhos e nem lhes tocar. Mas cumpriu, mal terminou a Consoada, colou-se à janela da sala, na Esperança de ver o trenó passar. Que linda inocência! Quero voltar a ser criança! Não era meia-noite quando se ouviu finalmente a sineta, e assim, já a conseguir ler quase os nomes nos presentes, foi o principezinho que distibui os presentes, ficando com a maioria deles, claro está!

Deixo uma sugestão tão bonita quanto deliciosa, para a entrada do almoço de hoje. 

Desejo a todos os leitores e seguidores do Hoje para jantar... um Natal cheio de Paz, Amor, Alegria, Saúde e muita Felicidade! Desejo que tal como eu, todos consigam estar junto de quem gostam, e com aqueles qua já não estão, sempre no coração.

Folhadinhos de morcela e doce de pêra e vinho do Porto

Ingredientes

1 placa de massa folhada fresca

Compota de pêra e vinho do Porto (do Lidl, da gama Deluxe, deliciosa!)

1/2 morcela

1 gema de ovo

3 figos secos

Preparação

Com a ajuda de dois cortadores em estrela, um maior e um menor, corte a massa folhada.

Ligue o forno a 225ºC.

Disponha as estrelas maiores num tabuleiro.

Por cima de cada estrela, coloque uma fatia de morcela e por cima uma colher de café de Doce de Pêra e Vinho do Porto. 

Mexa a gema de ovo e pincele a estrela mais pequena. Coloque-a cuidadosamente por cima do doce, com a gema para cima. 

Fatie os figos secos e coloque uma rodela em cima de cada folhado.

Leve ao forno até as estrelas estarem bem folhadas. 5 minutos antes de estarem prontas (já folhadas mas ainda sem estarem completamente torradas), retire o tabuleiro, e espete um palito para endireitar as várias camadas. 

Leve ao forno mais 5 minutos e sirva, ainda quente, como entrada.

Feliz Natal!

Miminhos de Toucinho-do-céu {Home made gifts 2013}

 

Este Natal, entre tanta correria e encomendas de bolos e serviços inesperados, não me sobrou muito tempo para fazer os miminhos que tanto gosto de ter para oferecer à familia e amigos. Tinha algumas receitas selecionadas mas como acontece tantas vezes, por mais que se planeie, o inesperado decide o rumo das coisas. Assim, ontem à tarde, depois de fazer uma encomenda de Florentinos que levou um par de horas, escolhi uma receita que já tinha pensado fazer para colocar na mesa neste Natal. Como tantas vezes me acontece, enquanto mexia a calda de açúcar com o doce de chila, mudei de ideias e em vez de fazer um Toucinho-do-céu para colocar na mesa, porque não usar a receita e fazer os tais miminhos que ainda não tinha feito? O resultado é este que podem ver, cortei pequenos quadrados, coloquei em forminhas de papel, polvilhei com açúcar em pó e embrulhei, como nos anos anteriores, usando as caixas de ovos e caixas vazias de bombons. Com umas fitas bonitas e mais alguns elementos para a decoração, ficam uns presentes económicos e requintados. Porque o menos é mais, quando toca a dizer o quanto algumas pessoas são importantes para nós!

E agora, porque não sei se terei muito tempo para vos escrever antes do Natal, desejo-vos um Natal cheio de Paz, Alegria, Amor, Amizade e muita Felicidade! E que o meu presente seja continuar a ter-vos desse lado!

Toucinho-do-céu de Murça

[Adaptado de Maria de Lourdes Modesto em Cozinha Tradicional Portuguesa]

500 g de açúcar

1 copo de água (250 ml)

125 g de amêndoas sem pele raladas

125 g de doce de chila

20 gemas de ovos

4 colheres de sopa de farinha  

Leve o açúcar ao lume com a água e deixe ferver até obter o ponto fio (103º).

Junte o doce de chila e deixe ferver mais 3 ou 4 minutos.

Adicione as amêndoas e leve novamente ao lume até fazer um ponto de estrada muito fraco.

Retire do lume e depois de frio, junte as gemas. Leve novamente ao lume para engrossar um pouco, sem deixar que ferva. Junte 2 colheres de sopa de farinha.

Unte um tabuleiro com margarina, forre com papel vegetal, unte novamente e enfarinhe bem. Espalhe uma colher de farinha no fundo do tabuleiro, deite por cima o doce e polvilhe com mais uma colher de farinha. 

Leve a cozer em forno bem quente, 200-250ºC.

Está cozido quando colocar uma faca e esta sair quente e limpa.

Sacuda o excesso de farinha, corte em quadrados, coloque cada um numa forma de papel e povilhe com açúcar em pó. Decore com uma perola. 

 

Pavlova de frutos vermelhos

Se este doce surgiu como homenagem a uma bailarina, foi sem dúvida uma homenagem muito bem feita. Dizem que foram os australianos os autores de tal homenagem, a uma bailarina russa que lhe deu o nome, Anna Pavlova. Melhor seria difícil! Este suspiro gigante impressiona à primeira vista. Então assim, usando cores que contrastam com o fundo quase branco, fica mangnífico. À primeira fatia é o suspense, até se perceber que esta aparente fragilidade, é mesmo isso, aparente. A pavlova é um suspiro bem firme, estaladiço por fora e húmido e macio por dentro. Viciante. Sedutor. Impossível de resistir.
O que lhe colocamos por cima é absolutamente a gosto, desde natas frescas, fruta, creme de ovos, ou até chocolate derretido. Basta usar a imaginação!

A regra que aprendi, resulta sempre. O dobro do peso das claras em açúcar, batidas inicialmente com uma pitada de sal e às quais de vai acrecscentando lentamente o açúcar, para que as claras montem e fiquem bem firmes. O vinagre e o amido de milho, são os responsáveis pelo interior húmido e macio. Não dá trabalho quase nenhum, basta paciência! E o resultado, é o que se vê! Pode ser uma sobremesa perfeita para o Dia de Natal!

Ingredientes:

150 g de claras de ovos

300 g de açúcar

1 colher de sopa de vinagre branco

1 colher de sopa de amido do milho (Maizena)

1 pitada de sal

Cobertura:

1 pacote de natas

200 g de frutos vermelhos congelados

100 g de framboesas frescas

100 g de mirtilos frescos

3 colheres de sopa de açúcar em pó

2 colheres de sopa de açúcar amarelo

umas gotas de limão

Preparação:

Pré-aqueça o forno a 180ºC.

Deite as claras [sem nenhum vestígio de gemas] numa taça completamente seca, sem gordura. Junte uma pitada de sal e comece a bater com uma batedeira elétrica.

Quando as claras já estiverem em espuma, junte um pouco de açúcar. Continue sempre a bater, sem parar e lentamente vá acrescentando o açúcar. Quanto mais devagar juntar o açúcar, com mais ar as claras ficam, levando a uma pavlova mais leve. Bata até deixar de sentir os grãos de açúcar. 

Numa tacinha, junte o amido de milho com o vinagre. Junte esta mistura ao merengue e bata até estar bem envolvido. 

Com a ajuda de um prato, desenhe um círculo numa folha de papel vegetal. Coloque a folha num tabuleiro e deite o merengue, cuidadosamente, preenchendo este círculo.

Reduza a temperatura para 150ºC e leve o tabuleiro ao forno durante cerca de 1 hora. Deixe arrefecer dentro do forno.

Leve ao lume as frutas congeladas com o limão (o limão serve para acentuar o sabor das frutas). Junte o açúcar amarelo e deixe cozinhar, em lume brando, durante 10 minutos. Deixe arrefecer.

Bata as natas com o açúcar e pó de deite por cima da pavlova, já fria. Decore com o molho de frutos vermelhos e com as frutas frescas. 

p.s. Os posts no blogue têm sido poucos, e muitos dos que estavam programados, vão ter que esperar um milagre. O meu computador avariou e muitos dos dados desapareceram. Assim, há fotografias que espero conseguir recuperar mas até lá... tenho que ir comprar uma dose de paciência e ter fé nas tecnologias.

Basta clicar para ajudar! [Refood-MAPFRE]

 Foto: Enric Vives-Rubio

 Um terço da produção alimentar para humanos acaba no lixo. Será possível? Sim, segundo o relatório da agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (2011), cerca de 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos perde-se no processo entre a produção e o consumo. 

Felizmente há seres iluminados ou que pelo menos iluminam quem está por perto. Falo de Hunter Halder,  fundador do projeto Refood.

O consultor norte-americano com este ar descontraído que pode ver na fotografia acima, contribui há mais de um ano para diminuir o desperdício alimentar, a nível local (área de Lisboa), aproveitando ou recuperando diariamente alimentos em bom estado de restaurantes, padarias e supermercados. Começou por recolher refeições e distribuir por quem mais necessitava e hoje, existem já vários núcleos na zona de Lisboa. O projeto Refood é um esforço eco-humanitário, 100% voluntário e feito para e pelos cidadãos, a nível local. Isto é, em cada bairro são contactados restaurantes e locais para recolha de alimentos, assim como familias necessitadas. Os voluntários, recolhem e distribuem por quem mais precisa, diminuindo substancialmente o desperdício alimentar. 

Um dos principais parceiros e patrocinadores da Refood é a Fundação MAPFRE, apoiando a abertura de novos núcleos em diferentes zonas, contribuindo para ajudar a alimentar cada vez mais pessoas em necessidade.

E como estamos no Natal, peço a cada um de vós para participar na ação "1 Click = 1 Euro". Nesta ação, a Fundação MAPFRE doará 1 Euro por cada click à Refood. É simples não é? Basta clicar para ajudar!

Bolo de côco e framboesa [Gratidão]

Gratidão

s.f.

1. Reconhecimento (por bem que se nos fez).

2. O ser grato.

É esta a história deste bolo, que quem me acompanha pelo facebook, já deve conhecer. A minha formação obriga-me a conhecer as Leis da Física e para mim, a terceira lei de Newton [Princípio da Ação e Reação] faz imenso sentido. Olho muitas vezes para ela como uma espécie de mantra. Recebemos aquilo que damos. Assim, depois de uma desventura de pneu furado, não podia fazer outra coisa senão agradecer a quem teve a paciência de me ir ajudar. E qual é a melhor maneira de agradecer? Com um bolo, claro! O engraçado, é que nesta história, até a receita tem algo de mágico e vem comprovar aquilo que disse anteriormente. A receita foi-me enviada por uma simpática seguidora da página de facebook, Marta Nogueira, que à semelhança de muitos outros seguidores, se prontificaram e partilharam as suas melhores receitas [rápidas e deliciosas]. É ou não é verdade? Recebemos aquilo que damos. Mesmo que nem sempre o consigamos ver.

A receita original era simples mas como sei que a framboesa combina na perfeição com o côco, atrevi-me a inventar. E fiz muito bem porque o destinatário do bolo adorou! Bem que a Marta me tinha dito que o bolo era sucesso garantido! Obrigada!

Ingredientes:

4 ovos

1 dl de leite

1 colher de chá de fermento para bolos

265g de açúcar

135 g de farinha

80g de côco

4 colheres de sopa de compota de framboesa 

1 punhado de framboesas frescas ou congeladas

calda:

1 chávena almoçadeira de leite

1 colher de sopa de manteiga sem sal

5 colheres de sopa de açúcar

Junte o açúcar com as gemas e bata até obter um creme esbranquiçado. Adicione o leite e o côco. Junte a farinha e o fermento.

Bata as claras em castelo, juntando-lhe uma pitada de sal.

Envolva as claras batidas em castelo na massa, sem bater, para que a massa não perca o ar e o bolo fique fofo.

Unte um tabuleiro ou forma sem buraco com manteiga e farinha.

Deite a massa no tabuleiro e por cima espalhe algumas framboesas. Eu usei congeladas, apertei-as na mão e desfiz cada uma em pedaços pequeninos. [Não foi necessário passá-las por farinha e não afundaram na massa.]

Leve o bolo a cozer em forno pré-aquecido a 170ºC. Faça o teste do palito antes de retirar o bolo do forno.

Para a calda, coloque o leite, a manteiga e o açúcar num tacho e leve ao lume até ferver.

Depois de retirar o bolo do forno, com este ainda quente, pique-o com um palito e regue com a calda.

Barre a superfície do bolo com compota de framboesa (usei do Lidl) e polvilhe com côco ralado.

Bem, agora espero não encontrar o pneu furado todas as semanas!!

1. Reconhecimento (por bem que se nos fez).

2. O ser grato.

"gratidão", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/gratid%C3%A3o [consultado em 12-12-2013].

1. Reconhecimento (por bem que se nos fez).

2. O ser grato.

"gratidão", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/gratid%C3%A3o [consultado em 12-12-2013].

Frango do campo com tangera e abóbora assada

As abóboras cresceram em abundância na quinta e esperam calmamente, agora devidamente arrumadas, pelo momento de ser consumidas. Se há muitos anos os meus avós usavam as abóboras para os animais, a minha mãe sempre usou abóbora na sopa, doces e nos fritos de Natal e eu, agora, uso abóbora para tudo e mais alguma coisa. Bolo, tarte, sopa ou prato principal. Tanto faz. A Abóbora, banida da minha dieta enquanto fiz a Dieta dos 31 dias, regressou novamente à minha cozinha. Esta qualidade de abóbora, a abóbora manteiga ou butternut tem uma polpa laranja e mais adocicada que a abóbora menina. É perfeita para rechear ou servir como acompanhamento. O que sobra, depois de assada, pode ser usado para um estufado ou sopa.

As tangeras, já doces como mel, começaram a chegar agora à minha cozinha. São o lanche ideal para mandar numa caixinha, já descascadas, ao principezinho. Ele adora. Aqui, usei a casca e os gomos. Ficou fantástico.

Ingredientes:

1 frango do campo

2 tangeras BIO

1 abóbora manteiga

tomilho fresco

sal, pimenta

azeite

1 colher de chá de especiarias Segredos alho e ervas aromáticas Margão

Preparação:

Lave a abóbora. Corte-a longitudinalmente, em 8 pedaços. Retire as sementes e reserve-as. Coloque a abóbora num tabuleiro, com a parte cortada virada para cima. Tempere com sal, pimenta e metade das ervas aromáticas. Leve o tabuleiro tapado com uma folha de papel de alumínio, em forno quente (200ºC) durante 45 minutos.

Deite um fio de azeite num tabuleiro. Corte o frango em pedaços e disponha-o no tabuleiro, com a pele virada para baixo. Tempere com as restantes especiarias, sal e pimenta. Com a ajuda de um raspador, corte o vidrado das tangeras e esfregue na pele do frango.Espalhe os gomos de tangera pelo tabuleiro e junte as folhas do tomilho. 

Leve a assar, ao lado da abóbora, também tapado com uma folha de papel de alumínio, durante 45 minutos. A meio da cozedura, vire os pedaços de frango de modo a ficar com a pele virada para cima e não volte a colocar o papel de alumínio. Regue com o próprio molho.

Sirva com a abóbora assada e arroz branco.

fonte: Revista Sabe Bem Nº16

Essência do Gourmet 2013

Há dias que não esquecemos e, por muito tempo que passe, ficam guardados no nosso coração. Há dias que parecem tão perfeitos que parecem ter sido escritos por alguém com capacidades superiores. Dias assim como estes, fazem-nos dar conta que temos muito mais do que aquilo que precisamos para ser felizes e na maioria das vezes não nos apercebemos. Dias assim, fazem-me agradecer por ter pessoas maravilhosas à minha volta, que me acompanham, dão força e me fazem acreditar que basta sonhar!

Os Amigos que se tornam Família e a Família que mostra a verdadeira força dessa palavra.

A todos, um abraço muito apertadinho, porque me fazem continuar a acreditar que os verdadeiros valores não estão em crise.

E para ilustrar um destes dias mais-que-perfeitos, deixo-vos o relato fotográfico [pelo senhor cá de casa] da minha participação no Essência do Gourmet 2013, no espaço Teka.

Wraps de espinafres e cogumelos

Clique aqui ►

O meu dia não tem o tempo que eu precisava para fazer tudo o que quero, tudo o [que acho] que preciso, tudo aquilo a que me proponho. Por vezes parece que consigo fazer magia mas está tudo aqui, nesta música e noutras tantas como esta, que me carregam de energia e me põem a mexer logo pela manhã, mal ponho o pé no chão. Faço-o com um sorriso na cara, que se prolonga pelo resto do dia [que incomoda alguns mais sisudos] e cheia de energia e vontade. Tudo se consegue quando há um objetivo traçado, há um desejo profundo de realizar o que nos vai no pensamento. Claro que precisamos do tal método de organização e planeamento, mas com um bocadinho de calma, conseguimos.

Esta semana tem sido mais uma daquelas loucas, com os preparativos para a 4D&Friends Especial Natal.

Quem passar por lá vai poder provar o meu Bolo de Chocolate com Curd de Frutos vermelhos, o Bolo de Abóbora, Côco e Noz e outros. Vale a pena vir a Coimbra no próximo sábado, dia 7 de Dezembro, porque vai estar um dia lindo, cheio de sol e a Quinta do Ribeiro é um local magnífico!

Por entre tantos afazeres, convém não descorar a alimentação, e com horários pouco certos, levar estes wraps na lancheira é uma boa opção.

Ingredientes:

4 wraps

cogumelos portobelo (não muito grandes)

1 embalagem de espinafres congelados

1 fatia de bacon

2 dentes de alho

1 colher de sopa de farinha de trigo

1 colheres de sopa de leite

sal, pimenta q.b.

azeite

Deite um fio de azeite num tacho largo e junte um dente de alho picado finamente. Assim que o alho começar a libertar o seu aroma, junte os espinafres, ainda congelados e tape o tacho. Tempere com uma pitada de sal e deixe cozinhar, até que os espinafres descongelem, mexendo ocasionalmente.

Junte a farinha mexendo para envolver e acrescente o leite. Pode juntar mais farinha ou leite de acordo com a consistência desejada. Reserve.

Limpe os cogumelos e corte-os em lâminas de 2 mm de espessura. Deite um fio de azeite numa frigideira e junte um alho picado e o bacon cortado aos cubos. Deixe cozinhar, em lume brando até que o bacon fique ligeiramente torrado. Acrescente os cogumelos e deixe cozinhar por 5 minutos, mexendo de vez em quando. Tempere com sal e pimenta. 

Estique uma wrap, barre com o creme de espinafre e disponha por cima os cogumelos laminados. Enrole a warp e já está!

Basta retirar o bacon e fica com uma refeição vegetariana!

Bom apetite!

Pão-de-ló do Mosteiro de Alcobaça [Alfeizerão]

Sempre gostei do inicio das aulas porque era sinal de material novo, canetas, dossiers e cadernos. Como quase todas as meninas, os meus cadernos estavam sempre irrepreensíveis [nas primeiras páginas], com cores e letra perfeita. 

Tenho uma capa cheia de receitas imprimidas, recortes de revistas e fotocópias de receitas de família e amigos, que fui colecionando até uma certa altura da minha vida, devidamente organizada e com separadores por temas ou ingredientes. Muitas delas [a maioria], são receitas que ficaram há espera do momento certo para ser testadas.

Com tantos livros de culinária na estante, nem sei porque me deu para ir desfolhar a capa velhinha das minhas receitas. Esta receita parece que chamou por mim. Como se não bastasse, ao lado da capa estava o livro Doçaria Conventual de Alfredo Saramago e Homem Cardoso, que o senhor cá de casa me ofereceu há mais de 10 anos e do qual nunca tinha saído nenhuma receita. Pois então, era o momento. Adaptando a receita para metade e usando o modo de preparação descrito na minha receita, fiz este magnífico Pão-de-ló, perfeito para fazer, embrulhar com papel celofane, colocar um laço vermelho e oferecer como presente neste Natal.

Ingredientes:

250g de açúcar

5 ovos inteiros

15 gemas

100 g de farinha

Preparação:

Numa batedeira elétrica, coloque os ovos inteiros e o açúcar. Bata até a massa ficar esbranquiçada.

Passe as gemas por um coador de rede para retirar a película e junte em fio ao preparado anterior, com a batedeira em movimento. Bata a massa durante mais 10 minutos.

Peneire a farinha e envolva com uma colher ou varas, sem bater.

Deite a massa numa forma previamente forrada com papel vegetal untado com manteiga.

Deixe cozer em forno quente pré-aquecido a 225ºC, tapado, durante 20 minutos.

Retire do forno e deixe arrefecer antes de retirar da forma.

Deve consumir-se no dia seguinte.

Ementa da semana

É engraçado rever as primeiras publicações do blogue e isso acontece normalmente neste momento, em que vos preparo a sugestão semanal e passo os olhos pelas receitas já publicadas. 

Consigo ver uma diferença enorme, começando pelas fotografias e terminando no simples facto que os primeiros posts nem sequer tinham um texto introdutório. Tinha receio [ou vergonha!] e parece que ficava sem jeito, sem saber o que escrever ou como escrever... Não sabia com o que contar, quem me lia, quem estava desse lado. E agradeço a todos vocês, que passam por aqui e que, aos poucos, foram fazendo crescer o Hoje para jantar... e a minha vontade de continuar, de fazer mais e melhor. 

Boa semana!

1. Segunda-feira: Burek de cogumelos, ervilhas e milho
2. Terça-feira: Bacalhau da Tia Catarina
3. Quarta-feira: Lasanha de atum, camarão e ananás
4. Quinta-feira: Ponta de entremeada recheada com ameixa
5. Sexta-feira: Red fish com arroz de tomate no forno

6. Pão da semana: Pão Parker House
7. Bebida para o pequeno-almoço: Batido de kefir com fruta
8. Bolachas para a lancheira: Bolachas de chocolate e amêndoa
9. Sopa da semana: Creme de abóbora  e cenoura com croutons

Dezembro {É Natal!}

E por aqui, há muito que começaram os preparativos. O tempo livre tem sido mesmo muito pouco ou quase nenhum e pela primeira vez desde que começou o Hoje para jantar... há dois anos, que não passo tanto sem partilhar uma receita. 

Foram vários compromissos, Outono no Mosteiro, em Coimbra, Workshops e a segunda edição no nosso querido projeto Cozinha de Blogs, no Porto, que me exigiram dedicação e muito do meu tempo. 

Este fim de semana, com uma das tradições cá de casa cumprida, a Árvore de Natal, houve tempo para fazer doces e docinhos, arrumar, organizar e principalmente, fotografar com luz natural! 

Em espera estão as receitas deste Pão de Ló de Alfeizerão, de um Bolo de Côco e Framboesa que fiz durante a semana, num gesto de agradecimento e cuja receita foi gentilmente partilhada por uma seguidora da página de Facebook, de uns Cotovelos Gigantes Recheados e de umas Broinhas de Ovos Moles cuja receita retirada de uma revista de um hipermercado se revelou um autêntico fracasso...

Hoje à tarde, vai ser mais uma Festa do Cachorro, para o principezinho matar saudades dos amiguinhos do infantário! 

Bom domingo e até logo, com mais uma ementa da semana.

Continuando com os preparativos para o Natal

Burek [saudável e delicioso]

O nome diz logo que de português não tem nada, mas a par com a minha paixão pela comida tradicional portuguesa está a minha curiosidade pela variedade e diversidade das comidas do mundo.

Burek é um prato muito comum nos países de leste e vale a pena ver o procedimento fantástico de esticar a massa para que fique com uma espessura pouco maior que uma folha de papel. Impensável para mim, fazer do modo tradicional mas há livros que continuam a dar motivos para estar na lista dos meus favoritos. Assim, inspirada nas Iguarias saudáveis da Popina, saiu mais uma receita deliciosa. Eu escolhi esta combinação mas experimente com espinafres, feta ou carne e verá como é magnífico.

O compra da semana foi um par de formas perfeitas para brownies e mais que perfeitas para esta receita, por apenas 3.99€ [até pensei que me tinha enganado a ver o preço].

Ingredientes:

5 folhas de massa filo (as melhores são do Pingo Doce)

1 iogurte grego

1/2 requeijão

1 ovo

1 fatia de bacon da barriga

200 g de cogumelos frescos

1 chávena de ervilhas congeladas

1 chávena de milho enlatado ou congelado

sal pimenta e noz moscada

1 dente de alho

1/2 colher de chá de Mistura de alho e ervas aromáticas Margão

1 fio de azeite + o necessário para pincelar a massa

Preparação:

Limpe os cogumelos e lamine-os.

Deite um fio de azeite num tacho e junte o alho picado e o bacon cortado aos cubos. Deixe cozinhar por um ou dois minutos, sem deixar queimar o alho, só até que este comece a libertar o seu aroma e o bacon comece a libertar alguma gordura. Junte os cogumelos e deixe saltear durante uns minutos. Acrescente as ervilhas e o milho e deixe cozinhar em lume brando mais 5 minutos. Tempere com sal e a mistura de alho e ervas aromáticas [dá um toque delicioso!].

Numa taça misture o iogurte, o requeijão, o ovo e tempere com sal, pimenta e noz moscada. Reserve.

Pincele o tabuleiro com azeite ou óleo de amendoim. 

Coloque uma folha de massa filo, deixando o excedente a pender para um dos lados do tabuleiro. Pincele novamente com azeite. Por cima, coloque outra folha, deixando o excedente de massa pender para o lado oposto.

Deite uma camada de recheio e por cima um pouco do creme de iogurte.

Coloque outra camada de massa filo, pincele com azeite e repita a operação deixando a última camada de recheio e creme de iogurte.

Dobre as pontas de massa excedente para cima e pincele com azeite cada uma delas.

Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC, durante 35 minutos, até a massa estar dourada.